[Do ZERO ao EXIT #32] Chegadas e partidas (parte 1): algumas pessoas vão te abandonar no caminho
Estamos na lição nº 32 da série Do ZERO ao EXIT em 100 lições – A saga de empreender uma startup do nascimento à venda, através da qual eu compartilho em 100 artigos as lições aprendidas vivenciando os desafios da minha jornada empreendedora na Hiper, do zero ao exit.
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Nas lições atuais da série, estou falando sobre experiências e aprendizados relacionados à formação de time e desenvolvimento de #carreira.
Vem comigo… 👋🏻
Ninguém ama mais uma empresa do que as pessoas que a idealizaram.
Por mais que se construa um time super engajado, com gente comprometida, que veste a camisa e tem paixão pelo que faz, ninguém vai amar mais a empresa do que as pessoas que a idealizaram.
Dito isso, agora posso soltar a bomba: cedo ou tarde, as pessoas vão abandonar o barco pelo caminho.
Empreender tem um lado amargo.
E pode ser bem amargo, estejamos preparados!
Durante um bom tempo, na época mais inicial da Hiper eu não me permitia pensar que aquelas pessoas que formavam nosso time iriam nos deixar em algum momento no futuro.
Ok, fazia parte da minha inexperiência como empreendedor.
Mas, talvez tenha grande semelhança com nossa relutância ao pensamento de que as pessoas especiais para nós vão nos deixar um dia. Ninguém gosta de pensar nisso, não é mesmo?
Sempre cultivei um enorme orgulho do time que a Hiper formou ao longo do tempo.
Ainda hoje me pego recordando das pessoas que passaram pela empresa, dos momentos e das realizações. Pô, fizemos coisas muito legais.
Que privilégio ter vivido aquela jornada!
Tem um episódio que foi super marcante, que vou abrir para você para conectar com a mensagem-chave desta lição.
Eu estava viajando de férias com a minha esposa, passando umas semanas na Itália. Que terra linda, cheia de história, de fé, de vinho…
Numa tarde, recebo uma ligação do Brasil, com a notícia de que uma das pessoas que eu tinha enorme carinho, funcionário de longa data, havia anunciado que estaria nos deixando.
Lembro perfeitamente daquele momento. Estava diante da escultura de David, de Michelangelo. Um monumento imponente, com mais de 5 metros de altura, que retrata o herói bíblico, num realismo de detalhes que impressiona.
Naquele momento, a escultura sumiu na minha frente, ficou transparente.
Sentei num banco de madeira, baixei a cabeça e respirei fundo.
E agora?
Nestas horas entendemos que a vida pessoal e empreendedora são faces da mesma moeda. Não é fácil separar, impedir que uma interfira na outra.
Bom, procurei ressignificar aquilo e evitar que azedasse nossas férias.
Minha esposa, minha grande parceira para assuntos de bastidores da vida empreendedora me sustentou naquela pancada. Refletimos um pouco e bola pra frente, assunto para retomar quando voltar ao Brasil. Fomos buscar um sorvete e seguimos nosso roteiro!
Episódio marcante, amargo, mas que ensinou muito. Aprendi de forma prática que: na nossa vida, vão os anéis, mas ficam os dedos.
Sabedoria popular, aplicada à vida real.
Daquele dia em diante, incorporei isto como uma nova filosofia para enxergar os movimentos feitos pelas pessoas do time. As chegadas e partidas passaram a ser diferentes a partir de então.
Temos que tornar nossas empresas resilientes a esse tipo de movimento. Simplesmente pelo fato de que ele é inevitável.
As pessoas não ficarão conosco para sempre. Não há nada que prenda. Nem salário, nem regalias, nem participação societária. Você pode até adiar, mas não evitar.
Vai acontecer, e como você pôde ver no que retratei, quando menos esperamos.
Nos resta estarmos preparados para perder os anéis, preservando os dedos!
📷 Foto Jianxiang Wu on Unsplash
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