[Do ZERO ao EXIT #61] Minhas razões para ser rápido na tomada de decisões difíceis
Estamos na lição nº 61 da série Do ZERO ao EXIT em 100 lições – A saga de empreender uma startup do nascimento à venda, através da qual eu compartilho em 100 artigos as lições aprendidas vivenciando os desafios da minha jornada empreendedora na Hiper, do zero ao exit.
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Vem comigo… 👋🏻
Eu tinha um hábito que me derrubava de vez em quando na época da escola. Quando terminava as provas, insistia em dar uma revisada geral nas questões antes de entregar. Isso me fazia repensar as questões e, em uma ou outra, decidia por mudar a resposta.
Em 99% dos casos eu me dava mal.
Já sacou qual era o meu perfil de estudante, né? Sim, era bem perfeccionista. Ainda sou para muitas coisas. Até gosto, quando não me atrapalha. Enfim, cada um com as suas manias!
Contei esse caso pessoal para quebrar o gelo e poder abrir o capô para falarmos de um assunto que atormenta quem tem que tomar decisões. Das pequenas e pontuais às complexas e de grande impacto, tomar decisão sempre carrega uma dose de insegurança e ansiedade.
Para as pequenas decisões do cotidiano estamos todos dispensados da aplicação de métodos sofisticados. Caso estivermos errados, no máximo uns cacos para limpar.
Já com as complexas o negócio é outro… ninguém segura uma avalanche com o osso do peito.
Com o tempo, entendi que decisões difíceis devem ser tomadas logo. Sim, sem procrastinar. O que não significa fazer com desleixo e sem critérios.
Tenho duas razões para justificar.
A primeira vem da minha própria bagagem. Questões complicadas (aquelas já inflamadas) tendem a ficar mais complexas com o passar do tempo. E quanto mais complexas, mais urgentes se tornam. Quanto mais urgente, mais pressão para quem decide. Sob pressão estamos mais propensos a vacilar.
Se o tema é complexo, priorize, dedique um tempo de qualidade, envolva quem mais precisar estar envolvido, mas não postergue. Questões complexas dificilmente retrocedem, nem resolvem-se por si.
A segunda veio após ler o livro As cartas de Bezos (uma das minhas recomendações da Biblioteca do GrandFounder). Na Amazon existe um framework para tomada de decisões que faz analogia com dois tipos de portas: as que abrem dos dois lados (dentro e fora) e as que abrem somente por fora (entrou não sai mais).
Esse método sugere que antes de tomar uma decisão seja feita uma análise sobre a possibilidade de revertê-la (portas que abrem dos dois lados) ou não.
Se for o primeiro caso, tratam-se de decisões mais simples e que requerem menos rigor para se tomar. Neste caso, delegue sem medo. Já no caso das decisões difíceis/impossíveis de reverter (portas de um lado só), aplica-se um pouco mais de sofisticação para se chegar ao desfecho.
Entenda por rigor e sofisticação o desenho de um processo que esteja aderente com a agilidade que você espera para a tomada de decisões versus o quanto de risco está disposto a tomar. Além do equilíbrio entre agilidade e risco, estamos falando de centralizar versus delegar.
Não se apegue especificamente ao que a Amazon faz, mas tenha um processo que leva em conta os dois tipos de portas… digo decisões. Tudo isso sem esquecer de uma verdade: quanto mais tempo uma decisão complexa é adiada, mais chance dela virar uma emergência (ou duas, três…) e causar mais estrafego.
Busque agilidade na tomada de decisões, centralize apenas o que julgar necessário. E mais uma coisa, evite mudar a resposta das provas após finalizar.
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