[Do ZERO ao EXIT #14] O dia em que um atraso me colocou diante de mais de 100 investidores nos EUA
Estamos na lição nº 14 da série Do ZERO ao EXIT em 100 lições – A saga de empreender uma startup do nascimento à venda, através da qual eu compartilho em 100 artigos as lições aprendidas vivenciando os desafios da minha jornada empreendedora na Hiper, do zero ao exit.
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Vem comigo… 👋🏻
Vamos lá, hoje vou resgatar uma recordação mais do que especial e super rica de aprendizados.
Pega um café, adiciona uma pitada generosa de otimismo e três ou quatro colheres de resiliência, porque vou falar de um episódio que tem tudo a ver com isto, lá do início da jornada da Hiper.
O Vale do Silício era uma terra mística para nós “startupeiros” em meados de 2014.
Foi nessa época que nós fomos selecionados para uma missão de empreendedores brazucas por lá. Foram formadas algumas delegações estaduais, somando em torno de 50 startups do Brasil todo, para uma série de eventos em San Francisco (Califórnia, EUA).
Só o fato de ir era uma super vitória: a seleção era disputadíssima, meu inglês era bem macarrônico e era a primeira vez nos EUA para mim e para meus sócios. Agradeço até hoje ao Alexandre Souza, pai do programa Startup SC pela oportunidade.
A programação daquela missão foi sensacional:
- Cada startup tinha uma mesa na área de exposição no Techcrunch Disrupt, que naquela época era uma das principais convenções de empreendedorismo, startups e inovação, realizada anualmente em San Francisco.
- Participamos de algumas capacitações, eventos e meetups.
- Deu para fazer muito networking com outros empreendedores e atores do ecossistema, que era bem embrionário ainda no Brasil.
- Conhecemos a sede de empresas que eram inspirações para nós e as garagens onde algumas das grandes empresas de tecnologia surgiram.
Mas a lição que quero compartilhar com você, tem a ver com um evento que aconteceu por lá, um fórum sobre Capital de Risco (ou Venture Capital, para quem preferir), organizado por entidades brasileiras para discutir o momento e o futuro do capital de risco no Brasil, com um público bem seleto de todos os cantos do mundo.
Na grade de programação do fórum, estava prevista a apresentação de 4 startups brasileiras. Todas as startups do grupo participaram de uma capacitação, onde seriam selecionadas as 4 que apresentariam no evento.
A Hiper não ficou entre as 4 startups selecionadas. A experiência valeu, mas o que queríamos mesmo era apresentar. Infelizmente, não rolou, fazer o quê?
Bola para frente…
Dentre as selecionadas estavam 2 startups da nossa delegação de Santa Catarina, que no dia seguinte participariam de um encontro exclusivo para as selecionadas, para refinarem as apresentações e prepararem-se para o grande dia.
Mesmo não estando entre as selecionadas, eu pedi para acompanhar, apenas para conhecer os bastidores e acabei indo junto com os empreendedores catarinenses selecionados. No meu caso, estava lá apenas como observador.
Enquanto esperávamos todos chegarem, percebi que uma das startups estava atrasada há pelo menos 20 minutos e a agenda daquele dia começou a acontecer com quem estava presente.
Naquele instante, do lado de fora do espaço onde estavam as selecionadas, peguei um café e comecei a ajustar os pontos que havia recebido como feedback no dia anterior, durante a etapa de seleção.
Estava mergulhado numa concentração hipnótica, ajustando meu material, quando sinto uma mão sobre meu ombro. Era um dos integrantes do time da organização do evento que me pergunta se minha apresentação estava pronta.
Afirmei imediatamente, sem pensar muito!
Então, me juntei aos demais selecionados. Fui do banco de reservas, para o campo… uma sensação inexplicável!
E o tal empreendedor que estava atrasado? Uns instantes depois ele acabou chegando e não foi cortado. Porém, ao invés de 4 startups apresentarem, foram 5… as 4 selecionadas mais a Hiper.
E foi assim que eu acabei apresentando a Hiper naquele evento, diante de uma plateia de alto nível, com investidores, empreendedores e profissionais do ecossistema de capital de risco do mundo todo.
Foi sorte? Destino? Pense no que quiser.
Eu gosto de acreditar que faz o gol quem pede a bola.
Quando as coisas não saem como esperamos, devemos levantar a cabeça, dar as mãos para o time, rever a rota e seguir trilhando nosso caminho.
Porém, são nas horas difíceis que muitas pessoas deixam a resiliência de lado, jogam a toalha, procuram culpados. Esquecem de que sempre temos alguma (considerável) parcela de responsabilidade em tudo que acontece em nossas vidas.
Gosto desta história, pois ela me ensinou muito. De forma particular, eu aprendi sobre estar preparado para as oportunidades, ser perseverante, ter resiliência diante dos fracassos e como a disciplina está presente nas nossas conquistas.
E só mais uma coisa. Os fracassos também fazem parte da construção de uma história de sucesso. Eles podem servir de trampolim, basta ressignificarmos!
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