[Do ZERO ao EXIT #24] O que uma briga entre funcionários ensinou sobre cultura interna

29 de julho de 2022

4 minutos de leitura

[Do ZERO ao EXIT #24] O que uma briga entre funcionários ensinou sobre cultura interna

Estamos na lição nº 24 da série Do ZERO ao EXIT em 100 lições – A saga de empreender uma startup do nascimento à venda, através da qual eu compartilho em 100 artigos as lições aprendidas vivenciando os desafios da minha jornada empreendedora na Hiper, do zero ao exit.

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Nas lições atuais estou compartilhando minhas experiências e aprendizados sobre temas relacionados à cultura organizacional. Sou apaixonado pelo assunto!

Vem comigo… 👋🏻


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Os perrengues ensinam demais!

Muito mais do que o sucesso.

Quero trazer alguns aprendizados sobre um episódio daqueles que não acontecem todo dia, e que nunca estamos prontos para lidar.

Numa sexta-feira normal, emendamos o nosso típico happy hour que acontecia toda semana após a nossa Reunião 360º, a reunião geral com todo o time da Hiper.

Muita gente ficava por ali, batendo papo, fazendo aquela resenha da semana.

Mas aquela sexta-feira foi diferente… virou palco de uma grande discussão entre algumas pessoas do nosso time. Coisa séria, mais do que um bate-boca. Situação acalorada!

Eu não estava presente, mas logo chegou para mim, com direito a vídeo e tudo.

Num primeiro momento, procurei entender até que ponto tinham chegado. Dentre todas as possibilidades que poderiam ter acontecido, ainda saiu barato.

Bom, assunto para o topo da minha lista de prioridades da segunda-feira seguinte.

De fato, não ficou apenas nas minhas prioridades, pois ao chegar na empresa, iniciando a semana, era nítido o climão de que algo tinha acontecido. A fofoca espalha rápido na era do Whatsapp.

E mais, já havia discurso de ataque e de defesa. O pessoal teve trabalho no final de semana. Estavam preparados para pintar o quadro de quem havia causado, quem era vítima, quem só passou perto, mas não teve ligação com a inflamação ocorrida.

A mim, coube ouvir todos que tinham algo a dizer e que se dispuseram a falar algo.

Numa situação como esta, minha preocupação maior era agir de forma justa.

Mas, a tal da justiça é algo delicado demais. Talvez seja por isso que o símbolo da justiça é uma pessoa de olhos vendados segurando uma balança com uma das mãos e uma espada com a outra.

Espada para a sentença, que vem após colocar tudo na balança e procurar uma conclusão imparcial, com os olhos vendados.

Não demorou para eu me ver no meio de uma situação bem complexa. Ainda mais pelo fato de que o caso requeria uma punição, sem dúvida alguma.

Porém… Como saber se tudo o que eu tinha ouvido era a verdade completa? Punir somente os causadores da confusão? Avaliar quanto cada pessoa se envolveu?

Bom, no final eu decidi punir todas as pessoas envolvidas: quem causou, quem se meteu, quem botou lenha na fogueira. Todas as pessoas que se envolveram na confusão.

Por quê?

Todos desrespeitaram algo que precisa falar mais alto: a cultura da empresa.

Não procurei punir “os culpados”, decidi punir as pessoas que se envolveram. Até porque concluir entre culpados e inocentes é uma habilidade que ia além da minha capacidade naquele momento.

Todos mexeram com algo que não aceita desaforos: a cultura da empresa.

A minha conclusão foi na linha de defender e priorizar a cultura.

Depois de tomar a decisão e efetuar o desligamento das pessoas, reuni todo o time para um alinhamento. Parei tudo e todos, para explicar os motivos pelos quais chegou-se à tal definição.

Enfrentei olhares de aprovação, mas também críticas. Há quem achou que fui severo demais. Nunca vamos agradar todo mundo. Mas, estava com o coração em paz.

Meu papel ali era o de defender a cultura, não poderia abrir precedentes.

Agi pela preservação da nossa cultura que havia sido atingida em valores como espírito de tribo, humildade, faça o seu melhor, integridade.

Enfim, exemplos ensinam mais do que discursos.

Aquilo que presenciamos era, definitivamente, algo que não vale para a cultura da Hiper.

Embora algumas pessoas desligadas do time não eram as causadoras da confusão, eu não tinha como saber se aquilo havia começado ali ou se já era algo de outros carnavais. Enfim, todas as pessoas estavam diretamente ligadas com a confusão.

E tem mais um ponto: todas as pessoas punidas tinham sua parcela de culpa ao ofender algo que merece ser defendida: a cultura da empresa.

Situação difícil, grande professora!

📷 Foto Tengyart on Unsplash

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