[Do ZERO ao EXIT #15] Por que a sala do chefe pode ser inimiga da cultura?
Estamos na lição nº 15 da série Do ZERO ao EXIT em 100 lições – A saga de empreender uma startup do nascimento à venda, através da qual eu compartilho em 100 artigos as lições aprendidas vivenciando os desafios da minha jornada empreendedora na Hiper, do zero ao exit.
📫 Vamos juntos durante toda a série? Inscreva-se na minha newsletter The GrandFounder e receba cada novo conteúdo da série direto no seu e-mail! A série tem sido publicada também no meu LinkedIn, além daqui no meu site.
Nas lições atuais estou compartilhando minhas experiências e aprendizados sobre temas relacionados à cultura organizacional. Sou apaixonado pelo assunto!
Vem comigo… 👋🏻
Faz um certo tempo que visitei um amigo empreendedor e conheci a empresa dele, um negócio com algumas décadas de existência, com uma sede bonita, moderna, vários andares.
Na ocasião falamos sobre alguns desafios e ele me expôs que uma grande preocupação deles, como negócio, era renovar seu jeito de ser, aproximar-se mais da cultura de startup.
A motivação? Tanto os desafios internos (atrair e reter talentos), quanto desafios de mercado (não serem vistos como uma empresa do passado).
Sobe escada… Desce escada…
O papo fluía bem, até que chegamos no último andar, onde ficavam as salas da chefia. Coisa de cinema!
Para chegar até a sala da diretoria você precisaria vencer alguns obstáculos e comprovar que era bem-vindo por ali. Era um sinal claro de que ali era um território diferenciado.
Certamente, a turma da linha de frente, quem sabe tudo sobre o que está acontecendo com os clientes e conhece os desafios e as oportunidades como poucos, não se atrevia a perambular por lá.
Via de regra, inovação e cultura não são frutos de escritórios modernos. Escritórios modernos nunca serão, por si só, os produtores de culturas fortes e verdadeiras.
A maior prova disso é que muitos mercados foram completamente transformados por empresas como Microsoft, Apple, Google, Amazon, entre muitas outras próximas de nós (inclusive), quando ainda eram apenas startups, numa época onde escritório de startup era do “tipo raiz”, cheios de improviso, com pouca (ou nenhuma) sofisticação.
Foram nessas condições que surgiram culturas fortíssimas, legítimas e de onde saíram grandes negócios.
Não sou contrário a ter escritórios aconchegantes, bonitos, modernos. Mas não ache que isso é fator determinante para uma cultura forte e de inovação.
Além do mais, como justificar a finalidade de um andar inteiro para as salas da chefia?
Qual o reflexo disso na cultura da empresa?
Que mal tem dividir o espaço com outras pessoas do time?
Sei muito bem que existem certos momentos que requerem uma discrição e privacidade. E se os espaços “mais reservados” fossem apenas para estes momentos?
Talvez as empresas não precisariam ficar gastando tempo, dinheiro e a paciência de todos com eventos do tipo “café com o presidente”, achando que isso tem relevância para a cultura ou trará proximidade genuína.
Quanto mais barreiras, mais gelo hierárquico e menos proximidade com o que importa: gerar negócios e entregar valor para os clientes.
Durante toda a minha jornada em posições de liderança sempre sentei junto com as demais pessoas do time, numa mesa igual a de todos, numa cadeira igual a de todos. Na frente da minha mesa eu fazia questão de deixar 2 cadeiras sempre à disposição.
Tenho certeza que, muitas decisões importantes que tomei foram influenciadas por tal atitude.
Por fim, duas conclusões distintas:
Se você não tem uma sala só para você: fique em paz, você não está perdendo nada.
Se você é da turma que ainda habita a sala do chefe: me perdoe a franqueza, pode parecer apenas um detalhe, mas experimente sair da toca e passar uma temporada no meio da turma… você corre o risco de descobrir que você não conhecia a sua operação tão bem quanto acreditava.
📷 Foto Damir Kopezhanov on Unsplash
🖤 Sinta-se em casa para deixar seu comentário, acrescentar algo ou mandar um feedback.
📨 Se este texto puder ser útil para alguém do seu time ou da sua rede, compartilhe.